A Polícia Civil divulgou, agora há pouco, a lista dos 13 presos hoje na Operação Pinóquio, acusados de envolvimento em fraudes de crédito florestal no Estado que resultaram na extração e venda de aproximadamente duas mil cargas de madeira em caminhões bitrem, correspondente a 80 mil e 600 metros cúbicos de madeira movimentados com créditos virtuais legais, que chegam a R$ 80 milhões, obtidos de forma fraudulenta com a falsificação de documentos. Treze pessoas estão presas, seis delas em Cuiabá. De acordo com a polícia, as fraudes eram comandadas por Nilda da Silva Alves, que está foragida, que contava com ajuda do filho, Ulisses Antonio de Carvalho Neto, do marido Vilson Pereira da Silva, que estão foragidos, e do cunhado Newton Marcos Pereira da Silva, único preso da família.
Em Sinop, foram presos um homem identificado apenas por Maurinho, Plácito Everaldo Ficagna e Delvina Caldeira de Oliveira acusados de serem intermediadores de venda de créditos. Em Alta Floresta, foi Luiz Carlos Rabechi que também é apontado como intermediador.
Em Cuiabá, foram presos Éber Tadeu Vaz, procurador e responsável técnico, Antonio Adejar do Nascimento, rresponsável técnico e engenheiro florestal, Jary Santana de Abreu apontado como comprador de créditos virtuais, Newton Marcos Pereira da Silva,, Wesley Moreira Martins (laranja e procurador junto a Sema e órgãos públicos), Ester Benichio (captadora de serviços, funcionária e amiga de Nilda)
Em Arenápolis a polícia deteve Djalma Pereira de Oliveira (procurador), em Nortelândia, Sebastião Ramos Batista (arrendatário), em Juína, Diomar Tolfo Brescovit, o “Mano” empresário e acusado de comprador de créditos virtuais.
As investigações começaram há mais de 6 meses pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) com apoio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Dema). O esquema consistia em “esquentar” documentos para montagem de processo de exploração de produtos florestais. Empresários do ramo de madeireiras, engenheiros florestais, arrendatários, grileiros e compradores de créditos virtuais, participavam da fraude de guias florestais expedidas de forma legal, mas usadas para esquentar madeiras supostamente retiradas de áreas ilegais. Eles montavam toda uma documentação falsa e davam entrada em processo para exploração de madeira na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Os processos são dos anos de 2006 e 2007.
O secretário Estadual de Meio Ambiente, Luiz Henrique Daldegan, em coletiva na Dema, disse que o Cadastro de Consumidores de Recursos Florestais( CC-Sema), é bastante transparente e está totalmente protegido. “O sistema começou a monitorar que havia trânsito de crédito, mas quando comercializados eram só na forma de papel e não de madeira. Foi identificado que havia essa transação e a delegacia junto com a Sema começou a analisar esses documentos”, informou. “Eles falsificavam documentos, criavam empresas ‘fantasmas”. Com a documentação falsa, conseguiam aprovar os projetos, geralmente plano de exploração florestal ou de manejo. O sistema gerava os créditos que eram comercializados junto a madeireiros. A origem é legal, mas a venda virtual”, explicou o delegado Roberto Amorim, titular da Dema.
Seis projetos de manejo em fazendas localizadas nos municípios de Nobres, Nova Maringá, Ariapuanã, Nova Bandeirantes, Paranaíta e Juara, deram origem aos inquéritos policiais da operação. Os planos de exploração florestal tinham autorização para retirada de produtos das áreas, mas possivelmente foram executados ilegalmente em outras regiões que as investigações ainda vão descobrir.
Os presos vão responder por formação de quadrilha, falsidade ideológica, crimes contra a administração ambiental, previsto no Artigo 69 A, da Lei 9.605/98.
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